Salada de Quinoa com Queijo da Ilha, Tomate, Cogumelos e Alho Francês


Apesar de muitas vezes me perguntarem acerca da alimentação do Zé Maria, não costumo falar muito desse tema por aqui. Mas falei sempre da questão de não lhe dar açúcar, do facto de lhe preparar as papas de aveia desde sempre, dos iogurtes naturais, do pão escuro e de ainda não lhe ter dado bolachas ou bolos (nem sequer a coitada da bolacha Maria). Entretanto na semana passas passou uma reportagem na SIC, em que se falava dos malefícios dos açúcares para as crianças. Se por um lado gostei da reportagem, porque aborda um tema que eu apoio - o facto de uma maneira geral dar-mos maus alimentos aos nossos filhos - por outro achei que só se falou de um extremo, e que foi tudo muito alarmista.
Por um lado, acredito que para algumas pessoas, que nunca se tinham preocupado com isso, foi um abrir de olhos, e de ganhar consciência acerca de alguns “alimentos” que os seus filhos consomem todos os dias. Falaram do caso extremo dos gémeos de 12 anos que pesavam 100 quilos e que bebiam 4 refrigerantes por dia. Assustou-me um pouco pensar que aqueles pais achavam que era só chá, e que aquilo não fazia mal aos miúdos, mas fico um bocado perplexa por aqueles pais acharem normal dar chocolates, bolos e afins TODOS OS DIAS, aos seus filhos. 
No entanto achei que a reportagem falhou numa coisa. Alarmou. Chamou a atenção, deu exemplos de casos de extremos, provavelmente abanou a cabeça de muitos pais que devem ter ido a correr ao frigorífico e armários, ler a quantidade de açúcar que os filhos ingerem com alguns “alimentos” favoritos, mas não apresentou nenhuma alternativa.
Não disse nada tão simples como experimentar dar papas de aveia aos bebés e crianças em vez de papas de compra. De oferecer uma torrada ou pão com leite ao pequeno almoço, em vez de cereais cheios de açúcar. De que podem fazer lanches com iogurtes naturais, fruta e granola caseira em vez de bolos com chocolate.
Que podem educar aos filhos, assim que começam a comer a experimentar iogurtes naturais ou de aromas, em vez de partir logo para os “inhos”, gregos e afins que contêm além de muita mais gordura mais açúcar.
Porque os pais ficaram certamente alarmados e agora perguntam-se o que devem então oferecer como alternativas aos filhos. E muito provavelmente necessitam de ajuda para encontra a resposta nas prateleiras dos supermercados, cheias de coisas tão apelativas mas que, na grande maioria das vezes contém tudo aquilo que não devemos comer diariamente.
E só mais uma coisa. Também não é necessário ficarmos agora fundamentalistas em relação ao açúcar. Um gelado nunca fez mal a ninguém, nem um chocolate, nem um bolo ou uma sobremesa, ou beber um refrigerante. Mas há que ter um limite. Aos fins de semana. Nas festas. Num dia especial. 
Sou do tempo em que só havia sumos nas festas, ao domingo, ou quando se ia almoçar fora. Em que se comia sopa todos os dias. E legumes ou saladas. E peixe cozido quase todas as segundas feiras ao almoça, quer gostássemos ou não. E em que o lanche que ia para a escola era uma peça de fruta e um pão com queijo e marmelada ou fiambre.
Ser pai (e mãe) e educar, é também sermos capazes de ensinar os nossos filhos a comer, de os fazer comer coisas de que não gostam tanto, tornando-nos nós também esse exemplo, e de saber que há dias em que é preciso relaxar e ir com os miúdos comer um cachorro e um gelado. Porque afinal um dia não são dias.

Novo workshop na Quinta do Ribeiro em Antuzede, Coimbra.”Vamos fazer um brunch?”, no próximo dia 19 de Abril às 10h. As inscrições já começaram e podem inscrever-se ou obter mais informações em workshopquintaribeiro@hotmail.com. Contamos com a vossa presença!

Ingredientes para 2 pessoas:

100g de quinoa
500ml de caldo de frango ou legumes (usei caseiro)
100g de queijo da ilha
1 tomate
1 alho francês
10 cogumelos castanhos
sal e pimenta q.b.
azeite q.b.
1 raminho pequeno de coentros

Preparação:

Leve o caldo ao lume num tachinho. Assim que levantar fervura acrescente a quinoa e deixe ferver, cerca de 20 minutos em lume brando até a quinoa estar cozinhada, mas ainda firme.
Entretanto lamine os cogumelos e corte o alho francês em rodelas e lave-os bem.
Leve uma frigideira ao lume com um fio de azeite e acrescente os cogumelos e o alho francês, deixando-os saltear. Tempere de sal e pimenta a gosto.
Corte o tomate em cubinhos, retirando-lhe as sementes, e corte também o queijo.
Assim que a quinoa estiver cozinhada, retire-a do lume e escorra-a bem, passando-a por um pouco de água quente e escorrendo bem novamente.
Coloque a quinoa numa saladeira e acrescente a mistura de cogumelos e alho francês, o tomate e o queijo e, por fim, os coentros frescos picados.
Envolva bem e sirva de imediato.


Bom Apetite!

21 comentários :

  1. Exactamente. Fiquei um pouco chocada com a falta de conhecimento e informação que algumas pessoas demonstram em relação ao que comem. Mas também achei a reportagem desequilibrada. Mostrou apenas um extremo. Podia ter dado bons exemplos, porque os há, e muitos, felizmente! E como em tudo na vida, equilíbrio é fundamental.

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    1. Maria João,

      Como tudo na vida tem de existir um equilíbrio. Para mim ficou mesmo a faltar esse lado mais informativa de dar alternativas aos pais.
      Um beijinho,
      Joana

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  2. Anónimo10:21

    Gosto desta ideia e a combinação deve ser bastante saborosa. Também vi essa reportagem na televisão, e que se tornou viral no FB, e a minha reacção foi a mesma que a sua. Também tenho recebido artigos no mesmo género, e estamos a assistir a um fundamentalismo relativo ao açúcar como ao glúten (no sentido de engordar, e não da intolerância alimentar/doença celíaca). Também sou do tempo em que os refrigerantes eram para as ocasiões especiais (Natal, Páscoa, aniversário) e não havia a oferta que há hoje em dia. Com alarmismo ou não, chamou a atenção para este problema, pois o açúcar está presente em tudo ou quase tudo o que consumimos, à vista ou escondido. No entanto, há muito para ser para ser feito. Também passa pela nossa casa, moderando o consumo e observando os rótulos. O problema não é só o açúcar, mas também a alimentação, as quantidades ingeridas e a falta de exercício físico. Um grande beijinho, Sara Oliveira

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    1. Anónimo22:11

      Uma coisa que chamaram a atenção foi para as várias designações que o açúcar pode ter: sacarose, frutose, dextrose, glucose, glicose, entre outras. Disseram-me uma vez, e bem, que "açúcar" é "açúcar" seja qual for a sua designação ou forma, seja o açúcar refinado (branco, amarelo, mascavado), o mel, frutose, as geleias de cereais (milho, trigo, arroz), açúcar de coco, xarope de ácer, geleia de agave. O facto de substituirmos um pelo outro, não significa deixar de consumir "açúcar". As coisas devem-se consumir com peso, conta e medida, seja o açúcar seja o resto dos alimentos. Sara Oliveira

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    2. Sara,

      Acho que tem toda a razão na sua observação. Por vezes é preciso alarmar para chamar a atenção, mas os pais, as pessoas em geral, também devem informar-se acerca do que comem todos os dias, e saber o que estão a consumir.
      Quanto ao açúcar - claro que açúcar é açúcar. Pior o refinado que o mais "natural" como o mel, agave ou acer. Mas todos são realmente açúcar.

      Um beijinho,
      Joana

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  3. Carolina14:49

    Concordo plenamente!! Finalmente alguém disse o óbvio. Bom tema de reportagem mas mal trabalhado.

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    1. Carolina.

      Não achei que fosse mal trabalhado, mas ficou a faltar uma outra abordagem com sugestões e alternativas para os pais darem aos filhos.
      Um beijinho,
      Joana

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  4. Cláudia14:55

    Olá Joana,
    Concordo com tudo o que referiu e preocupo-me com a quantidade de açúcar que dou aos meus filhos desde que começaram a comer. A questão das papas de compra sempre me preocupou, porque têm, de facto, muito açúcar. Mas a alternativa, dar só papas de aveia, para mim nunca foi uma opção porque também considero que a diversidade de cereais dada aos bebés também é muito importante nessa fase. Como contornou essa questão? Fez papas de outros cereais não refinados ou a questão da diversidade não a preocupou? Obrigada. Um beijinho. Parabéns pelo Blog!

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    1. Claúdia,

      Como já aqui disse muitas vezes também n\ao dou açúcar ao Zé Maria. Quanto às papas preparo essencialmente papa de aveia - apesar de também poder fazer maisena, farinha de arroz ou de milho e assim aumentar a diversidade de cereais.
      A diversidade pode não estar no tipo de papa, mas sim nos outros alimentos que ele consome. Na papa come mais aveia, mas consome outros cereais no pão,e nas refeições do dia a dia, pelo que na verdade não me preocupo muito em dar essencialmente aveia em forma de papa.
      Um beijinho,
      Joana

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    2. Cláudia21:35

      Muito obrigada pela sua resposta. Referia-me aquela fase mesmo inicial em que obtêm os cereais apenas por essa forma. De facto, quando já comem de tudo também não me parece que a questão ainda se ponha. Como referiu obtêm os cereais de muitas outras formas que não a papa e esta até passa a ser, na minha opinião, dispensável. A minha curiosidade era mesmo com outras papas, como as que referiu de arroz e milho. Pensei que não fossem muito saborosas. Hei-de experimentar. Obrigada. Um beijinho.

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  5. Anónimo16:57

    Eu gostei da reportagem mas também acho que pecou pela falta de alternativas saudáveis.
    Mas o que mais me chocou foi ver um anúncio a um "inho" que termina com a seguinte mensagem "Em parceria com a Sociedade Portuguesa de Nutricionistas". Parece anedota!
    E choca-me que os produtos para bebés e crianças tenham muito mais açúcar do que os restantes. São disso exemplo os lacticínios.
    Acho que os médicos de família e/ou pediatras deveriam perder mais tempo na educação alimentar das famílias.
    Eu também sou do tempo em que os refrigerantes eram excepções e é por isso que ainda hoje a minha (e do meu irmão!) bebida favorita é água. E muitas pessoas estranham que numa mesa com refrigerantes e outras bebidas, eu (e o meu irmão) escolhemos sempre água.

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    1. Esse anuncio é uma anedota, mas para quem não lê rótulos, realmente fica a pensar que aquele é um bom alimento para as crianças.
      Quanto à outra questão, eu acho que realmente deveria começar com os médicos de família. No meu caso particular quando falei que não queria dar papas de compra ao meu filho o pediatra aplaudiu a ideia e foi sempre um excelente apoio. No centro de saúde, pelo contrário, houve até uma altura em que me disseram que não viam vantagem nenhum nisso.
      A mim choca-me principalmente porque "enchem-nos" os ouvidos com a questão da amamentação que é o melhor para o bebé, o mais saudável etc.etc. etc, e quando chega a introdução dos alimentos não faz mal dar papas cheias de açúcar e pseudo iogurtes. São mentalidades.
      No fim cada pai saberá o que é melhor para o seu filho.
      Um beijinho,
      Joana

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  6. Para além de ter adorado a receita também adorei o texto a acompanhar :) Também fiz um comentário à reportagem no meu blog e, na realidade, eu acho que os pais das novas gerações não têm a noção do perigo que os alimentos processados, cheios de açúcar, têm. Consegui identificar e ver nos pais daquela reportagem os meus próprios pais (que me davam doces 80% das vezes que eu pedia) e pais que já conheci. Acredito que ainda seja muito baixa a percentagem de pessoas que se preocupa em evitar os alimentos processados tal como tu fazes. Mesmo nos hospitais ou nas escolas que dão lanche às crianças, a bolacha maria está sempre presente desnecessariamente. Também acho que a reportagem falhou ao focar-se apenas nas crianças pois não são apenas só elas que consomem estes produtos. Toda a gente o faz e cada vez mais. Há sempre um produto novo a sair, com um excelente anúncio na televisão. Mas anúncios de chia, quinoa, ou até mesmo produtos frescos são inexistentes.
    É óptimo ver como pelo menos aqui no mundo dos blogues já começa a aparecer mais esta preocupação com alimentação saudável e saúde.
    Um beijinho *
    ofoatmealandwanderlust.blogspot.pt

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    1. InÊs,

      É importante sabermos fazer escolhas mais saudáveis, sem passar a mensagem que uma escolha saudável passar por comer chia, ou quinoa. Basta consumir sopa todos os dias, fruta, peixe e legumes, água, e lanches compostos por pão com queijo e fiambre, iogurte ou leite e teremos todos uma melhor alimentação. O problema são, para mim, os alimentos processados. Se olharmos para um folheto de promoção de um supermercado e o analisarmos, facilmente reparamos que a maioria dos produtos com os tais 50% de desconto são alimentos processados, refeições pré-feitas, bolos e bolachas, cereais açucarados, refrigerantes, salsichas e chocolates. E depois isto é que enche os carrinhos porque afinal, está em promoção...
      A alimentação mais saudável com os alimentos de sempre deveria ser uma prioridade.

      Um beijinho,
      Joana

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    2. Joana, é exactamente essa a opinião que partilho. Apenas falei na quinoa e chia porque são alimentos que têm vindo a ser descobertos e estariam bem melhor no lugar dos cereais açúcarados, bolachas ou outros, nos anúncios televisivos. Dá-se uma grande atenção a uma grande quantidade de produtos que de bom não têm nada e esquecem-se os mais simples como os legumes, a fruta ou um simples pão com queijo. Para mim, a melhor forma de nos alimentarmos é comer aquilo que conhecemos e o mais fresco possível. Se existem ingredientes de uma linguagem demasiado complexa e estranha mais vale deixar o produto na prateleira do supermercado.

      Um beijinho e continua o excelente trabalho*

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  7. Olá,
    adorei sua receita, maravilhosa. Temos que cuidar da alimentação da família pois hoje em dia as vezes comemos mais venenos que um bom alimento. Aqui usam muitos agrotóxicos durante a plantação, o arroz e a abobrinha são os que mais contém veneno. O açúcar é minha perdição.
    Tenha um ótimo dia.

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    1. Olá,

      Obrigada pelas suas palavras.
      Por aqui também sou uma adepta da alimentação biológica!
      Um beijinho,
      Joana

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  8. Sem dúvida. Bom programa como alerta mas fraco em alternativas. Que as há, desde que as pessoas estejam interessadas em perder (no meu caso até acho que é ganhar) mais um bocadinho de tempo na cozinha a preparar as coisas. Adoro chá gelado, mas faço eu o meu. Tão simples como isso!

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    1. Maria,

      O mesmo se passa cá em casa.
      Pessoalmente sou da opinião - porque de certo modo fui educada assim - que mais vale perder um pouco de tempo a preparar algumas coisas mais saudáveis, seja um chá gelado caseiro, uma sopa para a semana, ou até arranjar salada pronta a usar, e dar uma alimentação mais equilibrada à nossa família, do que alimentá-los com qualquer coisa apenas porque é mais simples, dá menos trabalho e eles assim não refilam.
      Ser pai/mãe também passa por esta questão.

      Um beijinho,
      Joana

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  9. Não vi a reportagem que referes, mas o tema também me preocupa.
    Acho que tens toda a razão nos comentários que fazes.
    O facto de o tema ter sido desenvolvido com alarmismo talvez não seja muito negativo, pois só assim é que a maioria dos "assistentes" será confrontada com o problema. Infelizmente, muitos só vêem os "bonecos" a mexer...
    E até para nós que achamos que temos consciência do problema, muitas vezes não temos por onde fugir. Muitos dos leites para bébés tem excesso de açúcar e são mais caros. Os que dizem que tem cálcio, tem tanto como os outros que são mais baratos. Os molhos tipo maionese e ketchup têm todos açúcares e até as misturas de especiarias de compra! Isto são só pequenos exemplos. Bom seria que tal como tu, todas fizéssemos os nossos próprios produtos caseiros.
    Quanto à tua receita de quinoa, gostei muito. Tenho uma embalagem há algum tempo na despensa, mas nâo sabia o que fazer com ela. Assim, vou experimentar e depois digo-te o resultado. Bjs. Bombom

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    1. Obrigada Bombom pelo seu comentário.
      Claro que fazer em casa, caseiro, temos uma maior consciência daquilo que estamos a comer. No entanto isso não invalida que exista no frigorífico uma embalagem de ketchup ou de maionese. Cá em casa existe. Tudo pode ser consumido com alguma moderação. O que é bastante diferente de consumir ketchup e maionese todos os dias.
      Quanto aos leites e outros produtos do género, dava uma enorme discussão....
      Um beijinho,
      Joana

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