Gratinado de Courgete com Queijo e Molho de Tomate


Este foi um fim de semana cheio. Workshop no Porto cheio e muito divertido. Mais uma vez foi um prazer estar convosco e poder partilhar aquelas horas entre tachos e panelas.
No domingo foi dia de começar a preparar a casa para o natal. Apanhar musgo para o presépio, montar e decorar a árvore, personalizar as decorações dos pequenos, e dar um ar de graça à casa. Fiquei particularmente satisfeita com a minha coroa de natal deste ano, que ficou muito bonita. feita com uma planta natural, e que deu um ar de graça à minha entrada.
De volta ao início de mais uma semana muito cheia. Que tal começar por mais uma receita sem carne nem paire, numa “meat free monday”, para começar a controlar os excessos que se avizinham?

Entretanto vai haver um novo workshop no Porto. Já este sábado, dia 5, pelas 15h, um workshop de “Iguarias para uma mesa de Natal Diferente”: desde as entradas, aos pratos principais, passando pelos doces. As inscrições e mais informações para info@workshops-popup.com

Ingredientes para 2 pessoas:

2 courgetes não muito grandes 
2 bolas de queijo mozarella fresco
1 molho de manjericão fresco
Molho de tomate caseiro (ou de compra) pronto a usar
Sal q.b.
Azeite q.b.
Parmesão 

Preparação:

Lave bem as courgetes e corte-as no sentido do comprimento em fatias não muito finas. Coloque-as numa taça e tempere-as com um pouco de sal e de azeite. 
Entretanto leve uma chapa e grelhar ao lume e deixe aquecer bem. Unte com um pouco de azeite e cozinhe bem as courgetes de ambos os lados até ficarem macias. Repita até cozinhar todas as courgetes e reserve.
Corte a mozarela em fatias finas e separe folhinhas de manjericão.
Num prato que possa ir ai forno coloque uma base de fatias de courgete. Sobre estas coloque um pouco de mozarela, manjericão, e cubra com mais fatias de courgete.
 Repita até esgotar todos os ingredientes. 
Termine colocando o de molho de tomate sobre o gratinado de courgete e rale um pouco de parmesão por cima.
Leve ao forno previamente aquecido a 180ºC até o queijo estar derretido e o molho quente.


Bom Apetite!

Torcidos de Azeite


Estamos quase a entrar em Dezembro. Já falta menos de um mês para o Natal. O frio finalmente chegou, a lareira já se acendeu e só falta mesmo fazer a árvore e o presépio.
É mais do que altura do que começar a sugerir presentes caseiros para oferecer. Aqueles questão preparados por nós e que vão cheios de amor. Já comecei com algumas sugestões no Economia Cá de Casa, mas elas também vão aparecendo por aqui.
E que tal preparar uns torcidos de azeite, biscoitinhos simples e tradicionais, para oferecer numas caixas bonitas ou dentro de uns saquinhos bem decorados?
Tal como quando cozinham com vinho - que devem usar sempre o melhor possível, o mesmo se passa com estes torcidos de azeite. Usem um bom azeite, aromático e saboroso, para que os vossos torcidos fiquem ainda mais saborosos. Como recebi uma simpática oferta da Casa Anadia (www.casaanadia.pt), usei nestes biscoitinhos, o azeite D.O.P., Casa Anadia, e ficaram realmente muito bons. É um azeite do Ribatejo, produzido com variedades de azeitonas portuguesas.
Espero que estes torcidos vos inspirem a começar a preparar os vossos mimos para oferecer.



Ingredientes para cerca de 30 biscoitos:

3 ovos
150g de açúcar
100ml de azeite virgem extra
400g de farinha com fermento
1 gema para pincelar

Preparação:

Numa taça coloque a farinha, o açúcar e ao centro coloque-lhe os ovos inteiros e o azeite.
Misture bem até obter uma massa que se consiga moldar com a pão e que não esteja muito peganhenta.
Retire depois, pedaços de massa e faça pequenos rolos que depois dobra ao meio e torce.
Coloque depois os bolinhos num tabuleiro previamente forrado com papel vegetal e pincele-os com a gema de ovo.
Leve ao forno previamente aquecido a 180ºC durante cerca de 10 a 12 minutos.
Deixe arrefecer antes de retirar do tabuleiro e embalar.


Bom Apetite!


Hamburguer à Portuguesa


Há uns meses atrás reparei que, no local onde habitualmente compro a carne, faziam os hamburgues de imediato na máquina de picar, juntando-lhe um acessório próprio. Ainda melhor! Basta escolher a carne que queremos e pedir para montarem os hamburguers, que são apenas carne: a carne escolhida por nós.
Como compro habitualmente carne picada para outras preparações, passei a pedir sempre 1 kg de carne X, e peço para fazerem 4 hamburguers dessa carne, levando a restante apenas picada.
Quando chego a casa congelo os hamburguers, e assim há quase sempre uma refeição “pré pronta” para os jantares de domingo, ou para um dia da semana mais atribulado.
Os hamburgues cuja receita vos trago hoje, foram preparados num dia de pouco tempo e com crianças um pouco birrentas.
Em pouco mais de 15 minutos tudo estava pronto. Até o arroz que acompanhou.

Dia 28 de Novembro, das 15h às 18h, estarei no Porto para mais um Workshop de Cabazes de  Natal., nos workshops Pop up, na Rua do Almada. Para mais informações e inscrições info@workshops-popup.com. Vamos fazer receitas para oferecer: umas para os avós, outra para a irmã, para a mãe, para o pai e para os sobrinhos.

Ingredientes para 2 pessoas:
2 hamburguer (usei hamburguers de vaca)
sal e pimenta q.b.
1 colher de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de azeite
2 dentes de alho
2 folhas de louro
3 colheres de sopa de molho inglês
50ml de vinho branco
2 ovos

Preparação:

Leve uma frigideira ao lume com o azeite e a manteiga e deixe aquecer bem. Adicione os hamburguers e tempere-os de sal e pimenta. Deixe-os dourar de ambos os lados e acrescente depois os dentes de alho esmagados, as folhas de louro, o molho inglês e o vinho branco e deixe o molho apurar em lume brando e os hamburguers acabarem de cozinhar. (Sendo carne de vaca é preferível que ainda fiquem rosados por dentro, mas sirvam-nos como mais gostarem.)
Frite (ou estrele) os ovos num pouco de azeite e tempere-os de sal.
Sirva os hamburgues com o ovo “a cavalo” e com um pouco de molho. Acompanhe com arroz basmati e uma salada verde.


Bom Apetite!

Filetes de Peixe Espada em Papelotes com Coentros e Leite de Coco


Falta exatamente um mês para o Natal. O pânico instala-se aqui em casa porque pouco ou quase nada está feito.
Agora, como já não há feriado dia 1 de Dezembro, acabo a antecipar o dia em que fazemos a árvore de Natal e o presépio. Este ano acho que vamos fazer tudo já este domingo. Com as prendas não tenho muitas preocupações porque já tinha a maioria compradas… O meu problema é com os cabazes. Ainda não comecei. Não sei bem como os vou embalar este ano e ainda não me sinto a entrar no espírito de natal, porque entre workshops e outras coisas para preparar, não tenho mesmo tido oportunidade. Acho que nunca estive tão atrasada como este ano. Mas sei que tudo se vai compor mesmo em cima da hora, como já foi o ano passado.
Não há ideias para embalar cabazes, mas vai havendo ideias diferentes para o almoço e jantar. Desta vez uns filetes em papelotes com leite de coco e coentros que foram do agrado de todos.

Dia 28 de Novembro, das 15h às 18h, estarei no Porto para mais um Workshop de Cabazes de  Natal., nos workshops Pop up, na Rua do Almada. Para mais informações e inscrições info@workshops-popup.com. Vamos fazer receitas para oferecer: umas para os avós, outra para a irmã, para a mãe, para o pai e para os sobrinhos.

Ingredientes para 4 papelotes:

4 filetes de peixe espada (ou outros a gosto)
150ml de leite de coco
sal e pimenta q.b.
1 molhinho de coentros frescos
16 tomates cereja

Preparação:

Corte 4 rectângulos de papel de alumínio e ao centro de cada um deles coloque um filete de peixe espada. Tempere cada filetes com sal e pimenta e cuidadosamente vire as bordas dos papelotes de modo a formar uma espécie de caixa. Junte a cada papelote 4 tomates cereja,e um pouco de coentros e regue com o leite de coco.
Feche cuidadosamente cada papelote de modo a que não saia o vapor enquanto cozinham, e leve-os ao forno previamente aquecido a 180ºC durante cerca de 20 minutos ou até o peixe estar cozinhado.
Sirva os filetes com batatas assadas ou arroz e brócolos cozidos.


Bom Apetite!

Ovos com Batata Doce


São os ovos com batatas que a minha bisavó fazia. Sempre lhes chamamos “batatas à Biguta”, e são feitas originalmente com batata normal, numa versão já qui partilhada.
Este domingo, depois de um almoço farto e demorado em casa dos amigos Rita e JP, com a chuva e o frio que se faziam sentir lá fora e preguiça e pouca fome para fazer outra coisa, lembrei-me das batatas à Biguta, assim que olhei para os ovos caseiros na prateleira do frigorífico.
Pensei que a versão com batata doce era capaz de ficar bem. E ficou. E de repente estava em S. Miguel de Poiares outra vez. Com a minha avó Cila, e com a Biguta, a fazerem estas batatas no velhinho fogão a gás, e eu sentada à mesa que agora está em minha casa. Por momentos voltei a ser pequenina e a ter a minha avó comigo.

Ingredientes para 2 pessoas:

3 batatas doce pequenas
2 dentes de alho
3 ovos
sal e pimenta q.b.
azeite q.b.
salsa picada q.b.

Preparação:

Descasque as batatas doce e corte-as em rodelas não muito finas.
Descasque os dentes de alho e lamine-os também.
Leve uma frigideira ao lume com um fundo de azeite e deixe aquecer. Frite as batatas juntamente com o alho laminado, mas não deixe as batatas ficarem muito fritas. Retire-as, escorra sobre papel absorvente e escorra o excesso de azeite.
Volte a colocar as batatas na frigideira e acrescente os ovos previamente batidos e temperados com sal e pimenta.
Misture os ovos com as batatas, mas sem partir as batatas e não mexendo muito os ovos.
Retire depois do lume e polvilhe com salsa picada antes de servir.


Bom Apetite!

Almôndegas de Porco com Molho de Natas e Tomilho


Passou mais um fim de semana. Um fim de semana que me aqueceu o coração. Um sábado muito bem passado, em excelente companhia: muitas mulheres juntas, fofocas e desabafos entre tachos e panelas, com chá à volta da mesa.
E o frio chegou finalmente. E com ele a chuva. E finalmente acendemos a lareira, numa tarde chuvosa de domingo, depois de um almoço demorado com amigos, entre risadas de crianças e conversas cortadas mil vezes.
Chegou o fim do dia, enroscada no sofá, com uma chávena de chá na mão e debaixo das manta fofinha. Preparou-se a semana que começa hoje, com uma receita de almôndegas e molho de natas, perfeita para um dia frio e de chuva.

Ingredientes para 2 pessoas:

300g de carne de porco picada
1 ovo pequeno
3 colheres de sopa de pão ralado
sal e pimenta q.b.
200ml de natas
2 colheres de sopa de molho inglês
1 colher de sobremesa rasa de farinha
1 pé de tomilho
azeite q.b.

Preparação:

Coloque a carne de porco numa taça e tempere de sal e pimenta. Acrescente o ovo e o pão ralado e misture bem. Molde depois bolinhas do tamanho de nozes. Reserve.
Leve uma frigideira ao lume com um fio de azeite e cozinhe as almôndegas até ficarem bem cozinhadas por dentro e douradas por fora.
Entretanto, num tachinho, misture o molho inglês com as natas e a farinha, acrescente o tomilho e leve a cozinhar em lume brando até engrossar . Retifique de sal e pimenta.
Sirva as almôndegas com espaguete e regue com o molho de natas.


Bom Apetite!

Caracóis Doces com Gila e Passas



Na minha cozinha vivem já muitos livros e revistas de natal. Já comprei mais algumas coisas para oferecer e começo, de vez a entrar no espírito de natal. Apesar de mundo lá fora não parecer querer estar para festas e celebrações…
Aqui, no meu mindinho haverá, como sempre o nosso natal. Com os presentes feitos por mim para oferecer aos amigos e familiares, e com as prendas úteis que fazemos sempre questão de oferecer. Poucos brinquedos para os miúdos, que depois não ligam a metade, e comida festiva na mesa, com muita partilha e animação.
Apesar de o mundo lá fora não estar perfeito, continuo a achar que o natal tem de ser celebrado e partilhado. Para fazer lembrar valores como a família, a amizade, a partilha e o amor.
Nos dias que correm podemos todos esquecermo-nos disso. No meio da vida, dos afazeres e da correria… Mas cada vez mais acredito que, nas nossas casas. Em cada uma das nossas casas, que todas somadas são as casas e as famílias do mundo, valerá sempre a pena viver e ensinar amor. Em todas as suas formas, credos e religiões.
E como se sinto a transbordar de espírito de natal, uma receita que cheira já a natal.
Bom fim de semana!

Ingredientes para 8 enrolados:

125 ml de leite morno
1/2 saqueta de levedura seca (5g - usei fermipan)
2 colheres de sopa de açúcar
1 ovo batido
2 chávenas (230ml) de farinha sem fermento
60gr de manteiga
200g de doce de gila
60g de passas
Leite ou gema para pincelar

Preparação:

No robot de cozinha, ou na batedeira com a opção de gancho, misture a farinha com o fermento. Adicione depois a manteiga, o leite morno, o açúcar e o ovo. Bata tudo na máquina durante alguns minutos até a massa formar uma bola. Poderá ser necessário juntar um pouco mais de farinha ou de líquido. No meu caso tive de juntar um pouco mais de farinha até o robot de cozinha formar uma bola macia e elástica.
Transfira para uma tigela e tape com papel aderente. Coloque num local quente (eu costumo colocar dentro do microondas sem o ligar) e deixe levedar durante 40 minutos.
Aqueça depois o forno a 180ºC. Forre um tabuleiro de ir ao forno com papel vegetal.
Ponha a massa na banca da cozinha previamente polvilhada com farinha e estenda a massa de modo a formar um rectângulo.
Espalhe o doce de gila por toda a superfície da massa e polvilhe com as passas. Enrole-a depois como se fosse uma torta, começando pela parte mais comprida. Corte depois em 9 fatias do mesmo tamanho.
Disponha depois as fatias lado a lado com a parte cortada virada para cima. Pincele com leite ou gema por cima dos enrolados e deixe levedar mais 30 minutos longe das correntes de ar.
Leve ao forno por 30 minutos ou até estarem dourados.


Bom Apetite!

Tarte Simples de Maçã (e ainda a questão do açúcar na alimentação do Zé Maria)


O post em que falei acerca dos lanches do Zé Maria, gerou alguma “polémica”. Volto a dizer que cada pai saberá certamente o que é melhor para os seus filhos, é é tudo uma questão de escolhas e de opções. Eu nunca disse que há algum mal em dar um pouco de bolo caseiro a uma criança de dois anos, ou de dar papa de compra em vez de papas de aveia feitas em casa. A questão é que para já eu optei por ainda não o fazer. Tão simples como isto.

A minha questão é mesmo “contra” o açúcar - ou melhor - o excesso de açúcar que a maioria dos alimentos que têm como publico alvo as crianças pequenas contêm, sejam as papas, os cereais, a maioria dos iogurtes que têm os miúdos como publico alvo (desde iogurtes com chocolates, a iogurtes com imenso açúcar há de tudo), as bolachas com animais, cobertas de chocolate e isto sem falar em pães tipo brioche com recheio de chocolate, o leite com chocolate…. uma lista sem fim. A comida processada também evito, mas porque evito, no geral, aqui por casa.
Há outras coisas que não me chocam tanto - o Zé Maria come pizza (ainda que caseira), hamburguers e almôndegas que eu faço com a carne que escolho e peço para picar, gosta de todo o tipo de queijos e gosta de enchidos que lhe dou muito ocasionalmente (porque é processado e tem imensa gordura além de outras coisas!)

Come massa folhada de compra, e já comeu uma ou outra vez molhos com natas. Comeu uma única vez salsichas, e não foi em casa, porque raramente compro. Gosta de fritos, apesar de eu raramente os fazer, e não pode ver batatas fritas quando vamos almoçar ou jantar fora. Como vêm, aqui também há algum espaço para coisas menos adequadas, na base do ocasional.
Mas o que eu não quero para já e que ele conheça os sumos de pacote, os bolos, as bolachas, as gomas, os chocolates e as coisas carregadas de açúcar. Porque obviamente que as vai conhecer e provar até porque é cada vez mais difícil não lhe dar um pedacinho de bolo quando ele nos vê a nós comer bolo, nos pede e nós não lhe damos - e tentamos distraí-lo daquilo que estamos a comer. Por enquanto temos sido capazes, mas é cada vez mais complicado e sei que, mais tarde ou mais cedo ele irá começar a comer algumas dessas coisas, mas com “cabeça, tronco e membros”, porque comer um pedaço de bolo caseiro não é o mesmo que dar à criança gomas ou bolachas de chocolate
Porque apesar de tentarmos fazer uma alimentação equilibrada e saudável há dias em que se foge a isso. Porque apetece mesmo “junk food”, e não daquelas que fazemos em casa. Há dias em que só um hamburguer do Mac nos mata a vontade. Acontece-me para aí 4 vezes por ano e nessa altura sabe-me pela vida. Eu pecadora me confesso.

E tenho plena consciência que o meu filho também terá alturas dessa, dias em que vai comer açúcar a mais. Mas para já, só para já, eu vou-lhe negando o açúcar - e dando-lhe um pedacinho de queijo da serra, alheira ou pizza. Porque sim.
E só para verem que eu não sou assim tão “fundamentalista”, a criança até provou um pouco desta tarte de maçã. Porque afinal tem mesmo muito pouco açúcar. Mas ninguém diria.



Ingredientes:

6 maçãs
sumo de limão q.b.
pasta de baunilha (opcional)
1 placa de massa folhada refrigerada retangular pronta a usar
30g de manteiga
1 colher de sopa bem cheia de açúcar amarelo
canela q.b.

Preparação:

Lave bem as maçãs. Corte 3 delas em quartos e retire-lhes os caroços, mas não as descasque. Coloque-as num tacho pequeno e acrescente um pouco de água (não é preciso encher!). Quando levantar fervura junte um pouco de sumo de limão e a pasta de baunilha e deixe ferver até as maçãs ficarem macias. Retire do lume (e como não deve ter muita água) triture as maçãs até obter um creme homogénea. Reserve e deixe arrefecer.
Estenda depois a massa folhada num tabuleiro previamente forrado com papel vegetal e espalhe o creme de maçã já frio.
Descasque, corte em quartos e retire o caroço às restantes maçãs. Corte-as em rodelas finas e coloque-as na massa, sobre o creme de maçã até cobrir todas a massa.
Polvilhe com o açúcar amarelo e com a canela em pó a gosto.
Coloque depois pedacinhos de manteiga sobre a massa.
Leve a tarte ao forno previamente aquecido a 200ºC durante cerca de 20 minutos, até a massa estar folhada e a maçã cozinhada.


Bom Apetite!

Entrecosto no Forno com Molho Barbecue


Tenho vontade de acender a lareira. De me enroscar numa manta a beber um chá quente, sabendo que lá fora está frio. 
As noites começam e as manhãs já anunciam que estamos mesmo em Novembro, e o natal aproxima-se a passos largos.
Na cozinha há ainda mais vontade de ligar o forno para fazer tudo e mais alguma coisa. Comida que aquece a alma e o calor que ajuda a aquecer também a casa.
Eu sei que há quem não goste do frio e da chuva, mas para mim esta é sempre uma altura que me encanta. E definitivamente estamos a entrar na minha época favorita do ano.
A inspiração para a cozinha surge de todos os lados, e um resto de molho barbecue (que preparei o ano passado para oferecer nos cabazes de natal) andava a chamar por mim. E assim saiu um simples entrecosto para o jantar. No forno. Conforto na casa e na alma.

Dia 28 de Novembro, das 15h às 18h, estarei no Porto para mais um Workshop de Cabazes de  Natal., nos workshops Pop up, na Rua do Almada. Para mais informações e inscrições info@workshops-popup.com. Para quem teve oportunidade de ir o ano passado, informo desde já que as receitas deste ano são, obviamente diferentes. Se querem ir toca a inscrever quanto antes, pois as inscrições são limitadas!

Ingredientes para 2 pessoas:

1 tira de entrecosto com cerca de 500g
sal q.b.
100ml de molho barbecue caseiro - receita aqui
coentros frescos para polvilhar

Preparação:

Coloque o entrecosto num tabuleiro e tempere de sal. Tape com papel de alumínio e leve ao forno previamente aquecido a 200ºC durante cerca de 30 minutos.
Ao fim desse tempo retire o papel de alumínio e pincele generosamente a carne com cerca de metade do molho barbecue e de ambos os lados.
Deixe cozinhar mais 30 minutos, até a carne começar a caramelizar e pincele mais algumas vezes a carne com o molho.
Retire depois a carne do forno e pincele com o restante molho já no prato de servir. Polvilhe com coentros frescos picados antes de servir e acompanhe com migas de feijão frade, broa e couve.


Bom Apetite!

Massinha de Peixe com Coentros


Como sabem evito ao máximo os desperdícios alimentares aqui por casa.
Mesmo coisas de que não gostamos tanto, ou que não sei bem como as utilizar, tento sempre arranjar uma solução que permitir dar um novo uso a alimentos que, de outra forma poderiam acabar no lixo.
Cá em casa gostamos muito de peixe, mas tirando as cabeças dos carapauzinhos fritas, não somos grandes amigos de as comer, apesar de serem consideradas um grande pitéu, e de a carne das mesmas ser muito saborosa.
Por saber isso, quando compro um peixe grande inteiro e utilizo as postas para outras preparações culinárias, tento arranjar uma solução para utilizar as cabeças de uma forma que seja sempre apreciada aqui por casa.
Normalmente a cabeça é cozida num caldo aromático, e escorrida. Guardo o caldo para uma sopa de peixe, um arroz de peixe ou uma massada, e desfio a cabeça, aproveitado o máximo da carne para fazer uns sonhos, para juntar na sopa de peixe, para umas pataniscas ou para esta mansinha saborosa. Acredito que também façam o mesmo.
Segue então a receita.

Dia 28 de Novembro, das 15h às 18h, estarei no Porto para mais um Workshop de Cabazes de  Natal., nos workshops Pop up, na Rua do Almada. Para mais informações e inscrições info@workshops-popup.com. Para quem teve oportunidade de ir o ano passado, informo desde já que as receitas deste ano são, obviamente diferentes. Se querem ir toca a inscrever quanto antes, pois as inscrições são limitadas!

Ingredientes para 2 pessoas:

1 cabeça de garoupa (ou de outro peixe branco)
150g de massinha de cotovelos (pequenos)
1 molhinho de coentros
sal e pimenta q.b.
2 cebolas pequenas
1 cenoura
1 rama de alho francês (opcional)
3 colheres de sopa de polpa de tomate
1 colher de chá de pimenta em grão
azeite q.b.

Preparação:

Coloque a cabeça de peixe num tachinho com água e tempere de sal e com os grãos de pimenta. Acrescente uma cebola, uma cenoura e, se tiver a rama de um alho francês. Deixe ferver em lume brando durante cerca de 15 a 20 minutos.
Ao fim desse tempo retire a cabeça do peixe e deixe arrefecer.
Coe o caldo e reserve. Limpe a cabeça de peixe de peles e espinhas e reserve a carne.
Leve um tachinho ao lume com um pouco de azeite e acrescente a cebola previamente picada. Deixe alourar um pouco e acrescente a polpa de tomate. De seguida junte o caldo d peixe já coado e retifique de sal e pimenta. Deixe levantar fervura e acrescente a mansinha deixando-a cozinhar. A massa não deverá ficar muito caldosa, mas também não deve ficar seco (se necessário acrescente um pouco de água a ferver durante a cozedura.)
Assim que a massa esteja cozinhada, acrescente os coentros picados e o peixe previamente desfiado e envolva bem.
Sirva de imediato.


Bom Apetite!

Bifes de Peru no Forno com Espinafres e Molho de Tomate


Começo a ficar preocupada - como sempre nesta altura do ano - com tanto que tenha para fazer até ao Natal. Entre os cabazes, os workshops, e ter duas crianças pequenas em casa, acho que este ano vou ter mesmo de simplificar. Tenho folhas cheias de ideias e anotações, mas acho que não vou concretizar metade. Dadas as circunstâncias tenho de ser realista, e não me meter a fazer o que não serei capaz.

Todos os anos tento fazer coisas novas e originais para os cabazes, mas ou faço cabazes menos “recheados”, ou cinjo-me a algumas das coisas mais banais que eu sei serem sempre do agrado de todos. Ainda estou em fase de testes e algumas experiências.

De resto a vida cá por casa é a animação constante: a fazer o desfralde do Zé Maria com os percalços habituais pelo meio. Com jantares de amigos em forma de magusto para celebrar o S. Martinho, almoços de família e as nossas habituais rotinas de fim de semana com idas ao mercado biológico, piscina do Zé, e sair com o António para tomar café na manhã de domingo depois da missa, para o pequeno apanhar um pouco deste sol que se tem feito sentir.
E ainda há almoços e jantares banais e habituais.

Começamos a segunda feira com uns panados de peru preparados no forno e acompanhados de muitas coisas boas. Espero que gostem.

Dia 28 de Novembro, das 15h às 18h, estarei no Porto para mais um Workshop de Cabazes de  Natal., nos workshops Pop up, na Rua do Almada. Para mais informações e inscrições info@workshops-popup.com. Para quem teve oportunidade de ir o ano passado, informo desde já que as receitas deste ano são, obviamente diferentes. Se querem ir toca a inscrever quanto antes, pois as inscrições são limitadas!

Ingredientes para 2 pessoas:

4 bifes de peru - finos e não muito grandes
sal e pimenta q.b.
2 dentes de alho
sumo de limão q.b.
azeite q.b.
1 ovo
pão ralado q.b.
molho de tomate caseiro q.b.
100g de espinafres congelados (previamente descongelados)
75g de queijo mozzarella ralado

Preparação:

Tempere os bifinhos de peru com sal, pimenta, o alho laminado e o sumo de limão e deixe a marinar algumas horas ou de um dia para o outro.
Passe depois os bifinhos de peru por ovo batido e depois por pão ralado e coloque-os num tabuleiro previamente forrado com papel vegetal. Regue com um fio de azeite e leve-os a “panar” no forno previamente aquecido a 180ºC durante cerca de 35 minutos e virando-os a meio do tempo e regando novamente com um fio de azeite.
Retire os bifes que já devem estar panados e dourados e coloque-os num prato que vá ao forno e à mesa. Coloque os espinafres já descongelados e bem escorridos sobre os bifes de peru e cubra com o molho de tomate e de seguida polvilhe generosamente com o queijo mozzarella. 
Leve novamente ao forno aquecido, cerca de 15 minutos para gratinar o queijo.
Sirva com arroz branco e brócolos cozidos.


Bom Apetite!

Brownie de Batata Doce


Gosto de experimentar receitas novas e diferentes, e ingredientes e combinações menos comuns.
Este brownie de batata doce, que já correu muitos sites e blogues andava a intrigar-me, e queria muito experimentar esta sobremesa “saudável”, cheia de alternativas, sem açúcar, sem glúten, sem lacticínios e sem ovos.
Este tipo de alimentação não faz parte da maneira como cozinho, nem estou a pensar mudar -  até porque nem eu, nem a maioria das pessoas para quem cozinho, têm nenhum tipo de restrições deste tipo de alimentos, pelo menos por enquanto - mas acho sempre engraçado experimentar coisas novas e diferentes e principalmente poder oferecer a quem me lê, e que se vê a braços com este tipo de restrições/alergias/intolerâncias, algumas alternativas.
Apesar de poder parecer estranho à primeira vista, este brownie é uma agradável surpresa, apesar de não ser bem aquilo que estamos à espera num bolo deste tipo.
É uma forma de olhar para os ingredientes de outra forma e de aprender sobre outro género e modo de cozinhar.
Todos os que provaram este brownie gostaram bastante, e ficaram surpreendidos quando lhes falei dos ingredientes utilizados.
Uma receita que vos deixo como desafio a experimentarem durante o fim de semana.

Dia 28 de Novembro, das 15h às 18h, estarei no Porto para mais um Workshop de Cabazes de  Natal., nos workshops Pop up, na Rua do Almada. Para mais informações e inscrições info@workshops-popup.com. Para quem teve oportunidade de ir o ano passado, informo desde já que as receitas deste ano são, obviamente diferentes. Se querem ir toca a inscrever quanto antes, pois as inscrições são limitadas!





Ingredientes:
(receita da Ella Woodward, autora do blogue Delicioslly Ella)

400g de  batatas doces médias (cerca de 400 g)
15 tâmaras descaroçadas
60 g de farinha de trigo sarraceno
60 g de amêndoa moída
1 pitada de sal
4 colheres de sopa de cacau em pó
4 colheres de sopa de geleia de arroz (à venda em lojas como o Celeiro - na receita original é usado xarope de agave)
1 colher de sopa de óleo de coco
cacau em pó para polvilhar

Preparação:

Comece por descascar as batatas doces, corte-as em cubos e leve a cozer até que fiquem macias.
Coloque depois as batatas e as tâmaras num robot de cozinha e triture até obter uma mistura homogénea.
À parte misture os restantes ingredientes e junte-os à mistura de batata e tâmaras.Mexa bem até todos os ingredientes ficarem bem ligados.
Coloque a massa num tabuleiro pequeno, previamente untado exorado com papel vegetal e use uma espátula para espalhar a alisar a superfície, uma vez que a mistura fica bastante grossa.
Leve ao forno previamente aquecido a 180ºC durante cerca de 20 minutos.
Deixe arrefecer um pouco antes de desenformar. Corte depois em quadrados e polvilhe com cacau em pó.


Bom Apetite!

Bacalhau com Farinheira, Grelos e Broa


Aos poucos e poucos, começo a pensar no natal. A lista de coisas a fazer para os cabazes deste ano começa a ganhar forma e já comecei a testar algumas receitas.
A lista de quem vai receber cabazes está pronta. As prendas para as crianças estão compradas desde agosto, e faltam apenas uns mimos para complementar algumas delas.
Há prendas escolhidas e decididas, mas que ainda não foram compradas e uma caixa cheia de coisas para transformar e reciclar para os cabazes deste ano.
Começo a procurar receitas para fazer no natal e começo a entusiasmar-me com esta época.
Falta-me o frio e a lareira acesa para sentir que o natal está a chegar.
Faltam 40 e poucos dias para o dia mais mágico do ano. E este ano o natal será ainda melhor porque tenho dois “meninos jesus”, apesar de a avó, a querida e doce avó Cila, já não estar entre nós.
E porque natal rima com bacalhau, mais uma das mil e uma receitas que podemos fazer, sem enjoar de nenhuma!

Dia 28 de Novembro, das 15h às 18h, estarei no Porto para mais um Workshop de Cabazes de  Natal., nos workshops Pop up, na Rua do Almada. Para mais informações e inscrições info@workshops-popup.com. Para quem teve oportunidade de ir o ano passado, informo desde já que as receitas deste ano são, obviamente diferentes. Se querem ir toca a inscrever quanto antes, pois as inscrições são limitadas!

Ingredientes para 4 pessoas:

400g de bacalhau - podem usar em migas ou postas - já demolhado
1 farinheira de boa qualidade
1 molho de grelos ( em alternativa podem usar espinafres ou até couve)
1/2 broa de milho
4 dentes de alho
1 cebola
1 folha de louro
sal e pimenta q.b.
azeite q.b.

Preparação:

Prepare o bacalhau. Limpe-o de peles e espinhas, se estiver a usar postas, e reserve.
Corte a cebola em meias luas e pique dois dentes de alho. Leve-os juntamente com um pouco de azeite e a folha de louro ao lume e deixe começar a fritar. Acrescente depois o bacalhau  e envolva bem no refogado deixando-o estufar. Retifique de sal e tempere com pimenta.
Coza também os grelos em água temperada de sal. Retire e deixe escorrer bem.
Triture a broa com os restantes dentes de alho e um fio de azeite e reserve.
No fundo de um tabuleiro que vá ao forno e à mesa, coloque a farinheira sem a pele e esfarelada. Por cima disponha o bacalhau e por cima deste os grelos bem escorridos. Tempere com azeite e cubra tudo com a broa.
Leve ao forno previamente aquecido a 180ºC durante cerca de 30 minutos.
Sirva quente.


Bom Apetite!

Bochechas de Vaca Estufadas em Vinho Tinto


Não uso muito a minha panela de pressão mas, em algumas ocasiões este equipamento de cozinha é uma mais valia.
Uso-a para coisas básicas como cozer polvo, leguminosas e para fazer a marmelada rápida do Chefe Silva.
Ocasionalmente são do lugar para apressar a cozeduras de carnes para um cozido, mas não cozinho muito com ela.
Há quem tenha medo de a usar com receio de explosão, e há quem não tenha nenhuma nem lhe sinta a falta. Se a minha não tivesse sido presente de casamento a conselho da minha mãe - que usa frequentemente a dela - acho que também não tinha nenhuma. (Sim, fui daquelas pessoas que quando casou fez lista de casamento com pratos, copos, faqueiros e panela de pressão!)
Acho que esta foi das poucas vezes em que efetivamente cozinhei algo, do principio ao fim numa panela de pressão - com excepção da tal marmelada -, mas o repertório da minha mãe inclui arroz de polvo, sopa, canja de galinha, caldeirada de bacalhau, carne de vaca guisada com massa, entre outras coisas.
Eu resolvi preparar, pela primeira vez, umas bochechas de vaca (que depois de muito procurar, consegui comprar na Makro) e face ao tempo de cozedura, achei que devia utilizar a panela de pressão para poupar algum tempo e não só.
Uma receita muito outonal, para ser comida numa noite fria e de lareira acesa e que ficou - modéstia à parte - muito mas muito saborosa.

Dia 28 de Novembro, das 15h às 18h, estarei no Porto para mais um Workshop de Cabazes de  Natal., nos workshops Pop up, na Rua do Almada. Para mais informações e inscrições info@workshops-popup.com. Para quem teve oportunidade de ir o ano passado, informo desde já que as receitas deste ano são, obviamente diferentes. Se querem ir toca a inscrever quanto antes, pois as inscrições são limitadas!

Ingredientes para 4 pessoas:

4 bochechas de vaca (limpas e preparadas)
2 cenouras
2 cebolas pequenas
1 raminho de salsa
1 folha de louro
2 dentes de alho
1 pernada de tomilho fresco
azeite q.b.
500ml de vinho tinto (de boa qualidade e de preferência um que usaria para beber a acompanhar o prato)

Preparação:

Descasque as cebolas e as cenouras e corte-as em pedaços não muito pequenos. Pique os dentes de alho. Reserve.
Na panela de pressão coloque um pouco de azeite e deixe aquecer. Aloure as bochechas de ambos os lados, até começarem a ficar douradas. Junte depois a cebola, cenoura e o alho e envolva bem. Acrescente a folha de louro, a salsa e o tomilho e tempere com sal e pimenta a gosto. Envolva bem e adicione depois o vinho tinto e cerca de 200ml de água. 
Tape a panela de pressão e assim que esta começar a libertar vapor, reduza o lume e conte 1 hora.
Ao fim desse tempo desligue o lume, deixe a panela em repouso até baixar a pressão, e só depois a abra. As bochechas devem estar muito macias e “abrirem-se” sem necessitarem de faca. se isso não acontecer, coloque-as a cozinhar mais um pouco.
retire as bochechas já cozinhadas e leve o molho novamente ao lume para reduzir um pouco e ficar mais grosso, retificando os temperos.
Antes de servir coloque novamente as bochechas na panela e deixe aquecer.
Sirva as bochechas com massa talharim ou com puré de batata e acompanhe com legumes cozidos.
(Nota: caso não tenha panela de pressão, proceda do mesmo modo numa panela normal, tendo apenas em atenção que o tempo de cozedura deverá ser perto de 3 vezes superior, cerca de 3 horas.)


Bom Apetite!

Papas de Aveia e outros Lanches do Zé Maria



Há muito que ando para escrever este post. Já o comecei há algum tempo, mas depois vão surgindo outras coisas, e eu vou adiando a sua conclusão. Mas agora tinha mesmo de ser, porque os pedidos para partilhar estas coisas que faço para o Zé Maria têm sido tantos, mas tantos, que não podia mesmo adiar mais. E creio que tudo isto tem a ver com as recentes notícias sobre as carnes processadas e as carnes vermelhas, mas também sobre esta corrente da alimentação saudável que agora surge por todo o lado.

Vamos por partes. Vou tentar esclarecer como faço - mas também porque o faço - da melhor forma possível, e a caixa de comentários estará aberta como habitualmente, também a outras partilhas e sugestões. Porque apesar de não sermos a maioria, há muitos pais preocupados em educar para a alimentação mais saudável, completa e variada, e portanto há muitas coisas para partilhar entre todos.

Sempre fui educada a fazer uma alimentação variada e equilibrada. Já aqui falei muitas vezes, em como em casa dos meus pais sempre se comeu sopa ao almoço e ao jantar, salada ou legumes sempre e fruta como sobremesa a todas as refeições. Não sair de casa sem pequeno almoço, fritos ocasionalmente - de tal maneira que sempre vi as batatas fritas como algo que se comia no restaurante ou em ocasiões especiais. Bolos e sobremesas eram coisas de domingo ou de dias de festa.

Os meus avós, quer maternos, quer paternos, tinham hortas, sendo que o meu avó paterno era produtor de vinho e agricultor, e portanto cresci a comer produtos que vinham diretamente da horta e carnes que eles criavam. Talvez por isso toda esta minha ligação à cozinha, porque depois também havia todo aquele processo de fazer render tudo o que a terra nos dá, e daí as compotas e as marmeladas e acondicionar tudo muito bem sem desperdícios.
Eu cresci, e infelizmente os meus avó foram partindo ou deixando de ter idade para cuidar de hortas e animais, mas o meu gosto pelos produtos da terra e da horta, e de saber a origem dos alimentos sempre se manteve.
Depois descobri o mercado biológico e passei a ser cliente regular. Os hortícolas passaram a ser novamente sazonais e a saberem aqueles que os meus avós cultivavam. E até passei a ter uma horta comunitária.
Tudo isto para dizer que certos hábitos sempre fizeram parte da minha alimentação, e foi por isso normal para mim, assim que soube que estava grávida, que queria que o meu filho comesse o melhor possível, o mais variado possível e o menos possível de produtos processados porque essa era também a nossa forma de nos alimentarmos.

A isto tudo junta-se o facto de a maioria das pessoas com quem eu me dou - amigos e conhecidos - terem quase todos filhos pequenos. E rapidamente nos apercebemos que há miúdos que comem mal. Não mal em termos de quantidade - porque o Zé Maria também tem alturas que é um pisco a comer, mas mal porque na minha opinião, comem demasiado açúcar e alimentos processados. E eu queria fazer diferente com o Zé Maria.
Li imensas coisas, procurei informações e decidimos que iríamos evitar o açúcar - principalmente o açúcar - o mais que possível com o nosso filho, e introduzi-lo na sua alimentação o mais tarde que conseguíssemos. O mesmo com os alimentos processados, sendo que para mim essa era a parte mais fácil pois, tal como vos disse, esse tipo de alimentos tem pouco espaço na minha cozinha. E assim fizemos.
Quando o pediatra falou na introdução de outros alimentos, aos 6 meses (embora o aleitamento do Zé Maria tenha sido misto até aos 3 meses e exclusivo de leite adaptado até aos 6 meses)as minhas questões foram muito claras: posso evitar toda e qualquer papa processada e de compra, e se podia fazer as minhas próprias papas com farinhas de aveia, arroz, milho… Do outro lado a resposta não podia ter sido de maior entusiasmo e apoio. Expliquei que queríamos evitar o açúcar ao máximo e tudo o que fosse processado, e tivemos alguém que nos apoiou nessa decisão além de nos ter elogiado pela mesma. Mas ao longo destes quase dois anos, posso dizer que nem todas as pessoas compreendem bem esta decisão, e muitas vezes ainda ouço o “coitadinho da criança que nem uma bolacha maria come”, “dá-lhe lá um bocadinho de mousse de chocolate/arroz doce/bolo…”, “coitado do miúdo que come iogurtes azedos”. Não me cabe a mim fazer juízos de valores do que os outros pais dão aos filhos, apesar de não concordar com algumas opções alimentares, mas também agradeço, da mesma foram, que não nos critiquem a nós! Afinal, cada pai saberá o que é melhor para o seu filho.

Com poucos mais de dois anos, o Zé Maria nunca comeu papa de pacote que contenham açúcar e outros “aditivos”. Nunca comeu bolachas - nem maria, nem de água e sal nem especiais para bebés e crianças. Até agora continua sem ter comido nenhum tipo de guloseimas tipo chupas, gomas ou chocolates e ainda nem sequer provou bolos caseiros ou qualquer outra sobremesa. Há até uma história engraçada de num restaurante lhe terem dado um chupa-chupa, e o miúdo ter achado aquilo muito engraçado pois achava que eram “paus” para bater no tambor…
Também nunca lhe dei refrigerantes ou sumos tipo néctar, e os únicos que consome são os que eu faço em casa com fruta a sério. E os iogurtes que come são sempre naturais, simples (que apesar de haver quem os ache azedos ele gosta) ou com fruta e aveia misturada, o seu lanche favorito.

Fora isto tento dar-lhe uma alimentação o mais variada possível. Tudo aquilo que nós comemos ele come. Desde que tem 1 ano, e o pediatra nos disse que devia e podia comer o mesmo que nós que isso passou a ser regra, e são muito poucas as ocasiões em que lhe faço coisas diferentes. Se gosta come bem, se não gosta come menos, e come melhor amanhã. Não vou a correr fazer-lhe nada à parte. Come sempre sopa, que por enquanto adora todas as fruta (desde romã, figos e diospiros, ainda não houve nenhuma fruta que recusasse).
Come caril se eu fizer, e se a refeição for alguma coisa com natas também lhe dou - faço-o ocasionalmente e como não é intolerante à lactose não vejo motivo para não o fazer. Se fizer o empadão de massa folhada como o que aqui partilhei ontem também lhe dou e ele gosta. Sim, a massa folhada é processada - mas ocasionalmente estas coisas entram cá em casa e ele também as come. 

Mas então, que lanches lhe dou, e que alternativas encontro a outro tipo de alimentos menos saudáveis que as crianças costumam comer?
Vou deixar aqui algumas sugestões de lanches/pequenos almoços que preparo para o Zé Maria e ele adora. Para crianças que não estão habituadas a comer isto, e se agora tentarem, é natural que estranhem retirarem-lhes os cereais de chocolate, o chocolate para colocar no leite, o briche recheado e as bolachas, mas acho que devem tentar e até chegar a um compromisso com eles. Porque afinal, se não for todos os dias, não faz mal.

Para o Zé Maria preparo papas de aveia desde mais ou menos os 6 meses. Inicialmente triturava os flocos de aveia até ficar com uma espécie de farinha e depois cozinhava-os com água, raspa de limão e uma pitada de canela. No fim juntava o leite adaptado já preparado (porque não devem ferver o leite adaptado - mas também podem juntar leite materno). Às papas de aveia podem ou não juntar fruta como maça ralada ou cozida, banana esmagada, mirtilos, pêra cozida ou ralada….. Ao fim de algum tempo, passei a fazer as papas de aveia sem triturar os flocos.
Além de papa de aveia, podem fazer com arroz - tipo arroz doce, mas sem açúcar, ou com farinha de arroz ou de milho - e da mesma forma como descrevi atrás. Tenham apenas em atenção a introdução ou não do glúten (o milho e o arroz não têm gluten, tal como a aveia, mas esta última contém sempre vestígios de glúten por contaminação. Se querem que seja totalmente livre de glúten convém comprar em lojas de produtos naturais, como o Celeiro, e especificar o que desejam). Mas devem esclarecer a introdução do glúten com o pediatra/médico de família. 

Claro que isto é tudo muito bonito quando se está em casa. A papa de pacote é muito mais pratica. E quando se está de férias ou de viagem?
Há sempre alternativas às papas com açúcar adicionado e outros produtos. Descobri as papas da Holle, que são biológicas e integrais e não têm adição de açúcar nem aditivos estranhos. Vendem-se na Wells, onde podem aproveitar os habituais descontos em talão e de alimentação infantil, ou em lojas de produtos naturais como o Celeiro. Comprei algumas vezes para quando saía de casa e em alguns fins de semana fora, pois fazem-se como as outras papas. E para não acharem que sou fundamentalista, também já dei boiões de comida pronta ao meu filho - quando estivemos uns dias de férias nos Açores, e ele tinha pouco mais de 6 meses. E há algo que compro para emergências - boiões de fruta, que apenas contém fruta e nada mais. Compro uma marca que apenas usa fruta biológica e é uma opção prática para emergências ou quando saem.

Depois surge a questão dos iogurtes. No caso do Zé Maria os iogurtes foram apenas introduzidos com 1 ano de idade, e desde o inicio introduzimos os naturais NÃO açucarados. Há outros iogurtes que podem ser introduzidos antes, mas se querem evitar o açúcar, não aconselho os iogurtes preparados com leite adaptado - normalmente designados como o meu primeiro iogurte. Basta lerem a composição do mesmo, e até compararem com um simples iogurte normal de aromas. Tem seguramente o dobro de açúcar. Mas mais uma vez, é meramente uma opção dos pais, darem ou não esse tipo de alimentos. Nós optamos por dar apenas o iogurte natural não açucarado e introduzir na alimentação dele mais tarde, do que começar a comer iogurte mais cedo e optar por uma versão com imenso açúcar, apesar de ser pensada para bebés apartar dos 6 meses. 
Ele gosta dos iogurtes simples, mas a maneira favorita é com fruta em pedacinhos, aveia e canela. A aveia com a humidade do iogurte fica mole e aquilo fica uma espécie de Overnight Oats. Quando era mais pequeno não costumava juntar nem a canela, nem a aveia, mas agora é ele que pede, e gosta assim.

Depois o pequeno também gosta de leite e pão torrado com manteiga, queijo ou fiambre para o pequeno almoço ou lanche.
Há sempre pão em casa e portanto não vejo necessidade de lhe oferecer bolachas.
Quando saímos também é fácil. Em vez de uma caixinha com bolachas, vai um saquinho com uma ou duas fatias de pão, 1 iogurte, 1 peça de fruta como uma banana, ou maçã já cortada em pedacinhos. Como o Zé gosta muito de queijo, levar uns quejinhos redondos babybell, que são facilmente portáteis.

Só para acabar este post muito, muito longo, que espero que vos tenha esclarecido. Falem sempre com o vosso pediatra ou médica de família e peçam opinião e sugestões. Procurem informação e não liguem às pressões de quem não segue o mesmo caminho.
E só para ficar esclarecido, é ÓBVIO que o meu filho vai comer açúcar, mais tarde ou mais cedo. E o ideal é que seja até introduzido em casa. Proibir sempre e nunca deixar comer, só vai fazer com que, quando apresentado a estes alimentos, não se saiba controlar. E eu conheço alguns casos assim.
O que eu quero é que o meu filho possa fazer escolhas mais equilibradas. Sim, come um bolo ou um chocolate, mas depois come um pão com fiambre sem grandes birras. E claro que o facto de ser eu que decido o que ele come ajuda muito. Mas quanto às crianças que andam em creches e infantários, não deveriam ser esses lugares os primeiros a promover uma alimentação equilibrada e saudável e com menos açúcar possível? Também aqui os pais podem e devem ter uma palavra a dizer acerca daquilo que os seus filhos comem.
E para só para acabar: quando se fala em amamentação, muitas são as pessoas que se insurgem pró-amamentação, porque é o melhor para as crianças e que devemos promover o aleitamento materno. Mas 6 meses passados, com a introdução dos alimentos, são muitas vezes os mesmos profissionais de saúde e os mesmo pais que nos criticaram por não fazermos aleitamento materno exclusivo, os mesmo a promoverem as papas de pacote os os “primeiros” iogurtes e bolachas carregados de açúcar. Digam lá se isto não é contraditório! É pelo menos esta a minha opinião.

E aqui ficam as receitas dos dois lanches favoritos do Zé Maria.


Papas de Aveia (1 pessoa)

5 colheres de sopa de flocos de aveia finos
200ml de leite
raspa de limão (opcional)
canela q.b. (opcional)

Preparação:

Num tachinho coloque os flocos de aveia, o leite, a canela e a raspa de limão e mexa bem. Leve a lume brando até engrossar e os flocos estarem macios e cozinhados. Se quiser a papa menos grossa junte um pouco mais de leite.
(Antes da introdução do leite “normal”, poderá fazer a para com água juntando o leite adaptado já pronto ou materno, no final. Se a criança não gostar da textura dos flocos, poderá, numa fase inicial triturá-los numa farinha antes de os utilizar na papa.)
Depois de pronta poderá servir assim mesmo ou juntar maçã ralada, pera ralada, banana esmagada, ou então maçã ou pêra cozida sem açúcar e reduzida a puré. Esta é uma forma de comer fruta e de adoçar a papa ao mesmo tempo.

Iogurte com Banana, Canela e Aveia (1 pessoa)

1 iogurte natural não açucarado
1 banana pequena
3 colheres de sopa de aveia
canela q.b.

Preparação:

Numa taça coloque o iogurte e bata-o com uma colher para ficar mais cremoso. Junte a banana em rodelas, os flocos de aveia e polvilhe com a canela. Misture tudo antes de comer.


Bom Apetite!

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