Balanço de 2018


2018 foi sem dúvida um ano de muitos desafios. 
Sem dúvida que o maior deles todos foi ligado à maternidade: aprender a ser mãe de três e aprender a gerir a família e a nova dinâmica familiar, ainda com uma outra criança pequena em casa não foi fácil. Houve alturas em que me senti realmente cansada e em alguns momentos até, desesperada. E sei que tive de dar prioridade aos miúdos em detrimento de outras coisas. Por causa disso o blogue pode ter, de certa forma sofrido, com receitas mais simples e menos elaboradas, mas era disso que se resumia a minha cozinha naquela altura, e o blogue vive do dia a dia cá de casa.
Também por isso, tive de colocar alguns projetos em stand by. Tive de os adiar, porque simplesmente não estava a ser capaz de gerir tudo. E, a lição mais importante que aprendi, é a de sermos capazes de dar prioridade ao que é realmente importante e adiar o que pode ser adiado.
Setembro chegou, e com ele o António entrou na escola. Foi aí que consegui passar a ter um pouco mais de disponibilidade. Voltaram os workshops regulares, a ter mais disponibilidade de testar receitas e de experimentar, mas também mais vontade de iniciar os projetos que estavam adiados.além de um pouco mais de tempo para mim,
E depois o final do ano, que é sempre a altura mais conturbada do ano, mais cheia de coisas, e que mais me desgasta fisicamente. Mas aqui estamos no final de 2018. E posso dizer que sobrevivi a todas estas coisas, com maior ou menor sucesso.

2018 foi o ano que me fez mãe de três, e o ano dos 40 anos. O ano em que aprendi a encarar as coisas de outra forma,  a já não estar disposta a aceitar o que não me completa ou faz feliz, mas também o ano em que passei a valorizar ainda mais pequenas coisas. O ano em que já não corro atrás de quem, e do que não merece que eu corra atrás - e em que consigo ficar em paz com tudo isso. Porque na verdade só me interessa mesmo a opinião de quem me é realmente querido, me conhece e gosta de mim, Claro que gosto de saber que gostam de mim, mas quando não gostam, não vale a pena valorizar essas opiniões.
2018 foi o ano em que aprendi a ser ainda mais agradecida, e a perceber melhor a palavra gratidão.
Foi também o ano de ser capaz de começar a colocar as coisas em perspectiva, de fazer novas e fortes amizades e de saber que há pessoas que, apesar de terem entrado tarde na minha vida, são realmente importantes para mim.

Apesar de muitas dificuldades, e de me ter posto à prova, 2018 fez-me ter outra perspectiva da vida, das relações entre pessoas, e do amor. Posso não ter completado algumas coisas que pretendia em 2018, mas 2019 está a chegar e ainda vai tudo muito a tempo!

Podes vir 2019. Estou preparada!

Receitas para a Última Noite do Ano - 28 de Dezembro


2018 está mesmo a chegar ao fim. Mais uma “desculpa” para mais uma mesa de festa e para mais receitas.
Por aqui já se sabe a ementa: vamos repetir um clássico dos nossos fins de ano fora com os amigos - raclette. Queijo, batatas, charcutaria diversa e mais umas coisas para tornar as nossas raclettes mais ricas e deliciosas. E para as sobremesas, vamos fazer um pequeno misto entre capinhos de chocolate com doce de ovos, outros com mousse de mascarpone, e outros ainda com mousse de lima. Vamos ter brigadeiros e tarteletes de nutella e ainda suspiros com lemon curd. As passas e as romãs são obrigatórias, assim como o espumante, e não pode faltar a fruta para desenjoar... mas basicamente é isto!
Deixo-vos por aqui uma lista de petiscos favoritos de 2018 para fazerem para a mesa da última noite do ano. Ainda têm uns dias para ultimar e preparar a ementa, e eu sei que boas ideias são sempre bem vindas!

Petiscos deliciosos de 2018 para celebrar o último dia do ano:








Queijo Assado no Pão com Mel, Pimenta Rosa e Tomilho: http://paracozinhar.blogspot.com/2018/01/queijo-assado-no-pao-com-mel-pimenta.html

Camarão no Forno com Pimentão Fumado e Vinho Branco: http://paracozinhar.blogspot.com/2018/07/camarao-no-forno-com-pimentao-fumado-e.html





Prato de Entrada para Festas


E mais um dia de natal que se passa. A casa esteve cheia de família, de afetos, de abraços e sorrisos e de muita comida. Houve o tradicional bacalhau, arroz e filetes de polvo, cabrito, borrego e carne de porco, arroz árabe, batatinhas, grelos e um tabuleiro de batata doce e castanhas. E os doces, o tradicional leite creme e os sonhos. As filhoses da Avó Cila e os bilharacos de avó Celeste. A torta de laranja. e o pudim de azeite e mel.A bebinca da avó Filomena. O tio Tó fez as rabanadas, a minha mãe  o arroz doce e as broinhas. E há sempre quem traga o bolo rainha, entre outras coisas!
Fomos 23 à mesa no dia 25 e todos ajudaram a por e colocar travessas, a por pratos na máquina, a trazer copos sujos....
Fomos à missa do galo, os miúdos deixaram as pantufinhas à lareira para o Menino Jesus e o Pai Natal trazerem o presente. Deixamos uma cenoura à renas e uma chávena de chá e um sonho ao Pai Natal. (Não deixamos nada ao menino Jesus, porque ele é bebé, não come nada e além disso fica em casa no quentinho!)
No dia 25 liguei o forno às 9h30 da manhã, com um olho aberto e outro fechado, e coloquei lá dentro o cabrito, o borrego e a carne de porco.  A minha mãe trouxe a canja e os grelos já arranjados.
As pessoas foram chegando. Foram- se distribuindo sorrisos e abraços e lá nos sentamos à mesa. 
E depois de tudo isto, lá nos lembramos de trocar as prendas. Foi um natal feliz e pleno.

Agora comemos as sobras, estamos com os amigos, há jantares de pós natal, e temos os miúdos de férias em casa connosco. O tempo é para aproveitar com os miúdos, nestes dias que a mim são os que me sabem a verdadeiras férias.

Até lá, e como a época de festividades continua, deixo algumas sugestões para a mesa de fim de ano. E começo já, com aquilo que mais me têm pedido. Uma sugestão de “tábua” de entradas, em versão mais pequena. (Podem sempre ver a versão grande que preparei no meu aniversário, e que coloquei na instagram: https://www.instagram.com/p/Brut2ZgnAo8)


Ingredientes:

Queijos variados
requeijão
enchidos a gosto
compotas variadas
Romãs, laranjas, uvas...
frutos secos a gosto
ervas aromáticas a gosto
pães e tostas a gosto

Guacamole Rápido:
1 abacate
1/2 cebola
1 molhinho de coentros
sal q.b.
sumo de limão q.b.

Azeitonas Temperadas:
azeitonas descaroçadas
azeite q.b.
2 dentes de alho picadinhos
oregão q.b.
sal e pimenta q.b.

Preparação:

Para o guacamole. Descasque o abacate e esmague-o com um garfo. Tempere com um pouco de sal, sumo de limão e  junte a cebola finamente picada e alguns coentros também picados. Reserve no frigorífico até servir
Para as azeitonas temperadas, coloque as azeitonas numa taça e tempere-as com os oregãos, os dentes de alho picadinhos, uma pitada de sal e pimenta e regue com o azeite. Deixe a marinar algumas horas.
Depois, com todos os elementos, monte a tábua a gosto, de forma harmoniosa. Poderá ainda juntar outras coisas como patês, ovos de codorniz cozidos com maionese caseira.


Bom Apetite!

Natal 2018


Boas festas! 
Que seja mais um natal maravilhoso. Um natal de luz, paz e cheio do que realmente interessa. Um natal para agradecer, para repensar, para dar valor. Um natal de familia, de amigos familia, de união daqueles que não têm familia.
Um natal mesmo feliz. Feliz Natal!

Receitas para este Natal


Quando chega a esta altura, tão perto do natal, já é normal andarmos preocupados com a encomenda do borrego e do cabrito, em saber que doces vamos fazer e em organizar a lista de compras e a divisão das receitas por todos. Faz portanto sentido reunir aqui algumas das minhas receitas de natal favoritas, para vos facilitar a pesquisa, e também para vos inspirar naquilo que podem fazer para a vossa mesa de natal.

Desejo-vos um Santo e Feliz Natal. Junto dos que amam e com tudo aquilo que bom que mais desejarem.
Desejo-vos que sejam felizes entre os tachos e panelas, a fazer as vossas receitas, porque isso também é natal. As memórias que temos e que fazemos ficar através da comida. Porque apesar de não ser a mesma coisa, as pessoas que amamos podem estar presentes através de uns bilharacos ou de umas filhoses.


Entradas:









Pratos Principais e Acompanhamentos:













Sobremesas:

















Bark de Chocolate e mais um presente de comer



Hoje não é sexta feira, mas é dia da minha última sugestão de presentes de comer deste ano. Um bark de chocolate, não é nada mais, nada menos do que uma espécie de tablete de chocolate rústica, com os toppings a nosso gosto. E é muito simples de fazer. Basta derreter chocolate da nossa preferência: branco, de leite, negro... espalhar depois de derretido numa camada nem muito fina, nem muito grossa, e povilhar com o que mais gostarmos.
É muito simples de fazer, podemos incluir as crianças, e é um presente de comer que quase todos gostam.
Amanhã, partilharei por aqui, não um presente de comer, mas sugestões de doces e receitas de natal, para que possam, durante o fim de semana pensar na vossa ementa, casa precisem de ideias, ou de receitas que nunca desiludem e saem bem!

Ingredientes (para cada unidade):

200g de chocolate (negro, de leite, branco...)
confeites a gosto
arandos secos, passas, amêndoas, avelãs, pistachios, nozes, flocos de coco, cajus, bagas goji, sementes, amoras brancas, laranja cristalizada....

Preparação:

Coloque o chocolate partido numa taça que possa ir ao microondas e marque 30 segundos. Ao fim desse tempo retire, mexa o chocolate (mesmo que ainda não esteja nada derretido!) e volte a colocar mais 30 segundos. Volte a retirar e volte a mexer. Repita mais 30 segundos e mexa até todo o chocolate estar derretido. (Evite colocar mais tempo, e siga estes passos, para não queimar o chocolate).
Espalhe depois o chocolate num camada com cerca de 5mm e por cima disponha os toppings a gosto.
Deixe solidificar completamente. Só depois corte grosseiramente em pedaços e coloque em saquinhos ou caixinhas para oferecer.


Bom Apetite!

Pasta de salmão Natalícia


O Natal está mesmo, mesmo à porta. Quase que nem faz sentido, nesta altura, falarmos de receitas que não sejam alusivas à época. Sejam pratos de carne ou de bacalhau para este dia tão especial, sejam as inúmeras sobremesas ou versões diferentes das mais tradicionais, sejam receitas para os presentes de comer...
Tudo cheira e sabe a natal!
Aqui a cozinha já não pára. No intervalo das nossas refeições de todos os dias, saem da cozinha os presentes de comer - fornadas de bolachas, granolas, compotas, docinhos com chocolate, nutela caseira, caramelo cremoso....E pelo meio alguns doces de natal como os bilharacos da minha avó Celeste ou o Bolo Rainha do meu querido Célio.
Mas o que vos sugiro hoje é uma receita para uma entrada de natal. Daquelas coisas que preparamos rapidamente e colocamos na mesa juntamente com uns queijos e frutos secos para ir recebendo os convidados, a familia ou os amigos, enquanto a ceia ou o almoço não estão prontos, e de forma e ir promovendo a partilha entre todos.
Foi também uma das receitas que partilhei nos meus workshops de mesas de natal, e que hoje partilho aqui com todos.
Fica a sugestão.

Ingredientes:

100g de salmão fumado
azeitonas pretas q.b. 
1 tomate pequeno
200g de queijo creme
50g de tomate cereja
cebolinho picado q.b.
75g de maionese
3 colheres de sopa de mini pepinos de conserva.
1/2 cebola pequena
sal e pimenta q.b.
tostas finas, bolachas, gressinos  a gosto para servir

Preparação:

Numa taça misture o queijo creme com a maionese. Junte a cebola finamente picada, as azeitonas picadas, o tomate picado, os pickles picados, o salmão fumado finamente picado e tempere com um pouco de sal e pimenta, misturando bem. Leve ao frigorífico até servir.
Decore depois com o tomate cereja e o cebolinho e sirva com pão, bolachas e tostas a gosto.

Bom Apetite!


Bolo Rainha do Célio


Muito Obrigada a todos os que ontem me deram os parabéns através de mensagens e telefonemas. É uma sensação maravilhosa, esta de receber o vosso carinho desta forma. Foi um dia realmente especial, ainda mais com os vossos mimos.
Entretanto trago-vos hoje a receita do Bolo Rainha do Célio, depois de ele numa espécie de workshop privado nos ter ensinado a fazer, durante a nossa estadia no Hotel Santiago Cooking&Nature.
A receita dá para dois bolos rainhas médios, ou um grande. E é maravilhosa para fazerem e partilharem, ou para simplesmente congelarem um para mais tarde.
Ainda a tempo do natal, para poderem preparar o vosso bolo Rainha. Vão ver como é realmente simples, e é mais uma daquelas coisas que tem outro encanto quando somos nós a fazer.
E assim, aos poucos e poucos, estamos quase a chegar ao Natal!


Ingredientes (Para dois bolos Rainha pequenos):

500g de farinha de trigo
1dl de leite
5g de levedura seca
sal q.b.
100g de manteiga
175g de açúcar
3 ovos
1 gema
1 laranja (raspa)
1 limão (raspa)
300g de frutos secos a gosto (amêndoas, nozes, pinhões, avelãs, pecans...)
1 cálice de aguardente
açúcar em pó q.b.

Preparação:

Comece por dissolver o fermento no leite morno e adicione 1 chávena de farinha (reserve a restante). Misture bem e deixe levedar cerca de 20 minutos.
Bata depois a manteiga amolecida com o açúcar e adicione os ovos, um a um. Junte depois as raspas dos citrinos, a mistura do fermento, a restante farinha, o sal, e amasse até a massa ficar elástica e macia. 
Adicione depois a aguardente e os frutos secos picados grosseiramente. Amasse durante mais alguns minutos e forme depois uma bola. Deixe a levedar cerca de 1h30 ou até dobrar de volume.
Ao fim desse tempo divida a massa em dois e forme duas coroas.
Pincele com a gema de ovo batida e decore com mais frutos secos. Deixe levedar mais 20 minutos e leve ao forno previamente aquecido a 180ºC durante cerca de 35 minutos.
Retire, deixe arrefecer um pouco, e polvilhe com açúcar em pó.
Para o tornar mais rico, decore com fios de ovos.


Bom Apetite!

Aos 40



Os quarenta chegaram. Provavelmente mais rapidamente do que eu estaria à espera. Mas são 40 anos felizes.
Felizes, porque não posso desejar muito mais do que aquilo que tenho. Na realidade tenho tudo o que realmente importa e me permite ter uma vida que sinto como completa. Tenho 3 filhos maravilhosos, saudáveis e muito amados e desejados. Tenho o Miguel, companheiro de uma vida, melhor amigo, porto seguro, pessoa-paraquedas e sei que juntos somos uma verdadeira equipa.
Tenho pais, irmã, avós, sogros, cunhados, sobrinhos que adoro e que fazem parte da minha vida todos os dias. Tenho amigos-famila e sobrinhos emprestados que fazem também parte do meu núcleo. E tenho amigos-abrigo presentes para ouvirem desabafos, para darem risadas, dizer disparates sem filtro e simplesmente estarem lá.
Faço algo que adoro, entre workshops, livros, e receitas no blogue. Sou feliz entre tachos e panelas e (acho eu!) consigo transmitir isso aos outros, e partilhar com eles um pouco desta minha alegria e desta minha paixão que deixou de ser hobby para ser trabalho.
Tenho o verdadeiro lar dos meus sonhos. Uma casa cheia de afetos e amor e pessoas que se sentem sempre bem vindas e que não precisam de convites para aparecer. Tenho tudo o que é essencial e ainda mais.
E também me esforço, todos os dias por ser uma pessoa melhor. Tento compensar as minhas faltas e os meus defeitos. Pedir desculpa quando sei que magoei alguém, evitar confrontos e conflitos desnecessários, engolir sapos com elegância, focar-me no que interessa e não deixar que aquilo que não vale a pena tome conta da minha cabeça e do meu coração. Talvez estar a chegar aos 40 me esteja a tornar mais consciente não só da minha maneira de estar na vida, mas também da maneira dos outros estarem na vida, e assim deixar que a vida flua. Aceitar tudo e todos, mesmo quando não gosto ou não compreendo. Está tudo bem. Porque na verdade não devemos deixar que a opinião, e os actos de quem não nos é realmente próximo nos afete. 
Nada como nos aceitarmos como somos e aceitarmos os outros. Melhorando o que pode ser melhorado, mas sem deixar que isso nos tolde o discernimento. E ir deixando coisas que não interessam para trás..
Faço hoje 40 anos e estou ainda mais optimista, a continuar querer ver sempre o lado positivo e a sonhar com muitas coisas que ainda não consegui concretizar. E ainda quero fazer muitas coisas. Ver muitas coisas. Conhecer muitas coisas. E, se Deus o permitir, ainda há muitos anos para viver e muitas mais coisas para me fazerem felizes. Assim eu mereça e corra atrás delas. Mas desde que haja amor e pessoas que se importem connosco à nossa volta, está tudo bem!

Um ano de cada vez! Para o ano há mais!

Bolachas de Laranja da D. Hortense e outro presente de comer



Nos clássicos dos presentes de comer raramente faltam as bolachinhas. Vou variando receitas, testando receitas novas, e até fazendo várias receitas para fazer pequenos sortidos de bolachas.
Desta vez umas bolachinhas de laranja deliciosas, perfeitas para fazer com a ajuda dos mais pequenos, que aprendi no último fim de semana, nos workshops do Santiago Hotel Cooking&Nature. São perfeitas para irem fazendo e oferecendo seja aos amigos, aos colegas de trabalho, às educadoras e professoras dos miúdos.
O natal aproxima-se a passos largos, e aos poucos os cabazes vão tomando forma. Faltam 10 dias para o Natal!

Próximo Workshops:
Tema: Mesas de Festa

Porto - 15 de Dezembro - 15h Workshops Pop -Up - ÚLTIMAS VAGAS
Inscrições diretas aqui: 

Ingredientes:

200g de manteiga
250g de açúcar
4 ovos
1 laranja
900g de farinha com fermento
1 gema para pincelar

Preparação:

Com a ajuda de uma batedeira ou com o robot de cozinha, bata o açúcar com a manteiga. Junte depois os ovos, a raspa e o sumo da laranja e a farinha com fermento. Misture até obter uma massa que de descole das paredes da taça.
Acabe depois de amassar na banca da cozinha até obter uma massa lisa. Com a ajuda do rolo da massa estique a massa com cerca de 0,5cm de espessura. Corte depois com os cortadores de bolachas e coloque-as num tabuleiro forrado com papel vegetal. Pincele depois com a gema de ovo, e leve ao forno previamente aquecido a 180ºC durante cerca de 10 minutos, até as bordas começarem a ficar douradas.
Retire do forno e deixe arrefecer sobre uma grelha. Guarde depois em caixas herméticas ou coloque em saquinhos e decore para oferecer.


Bom Apetite!

Lascas de Bacalhau com Puré de Couve Flor e Chuchu


Ainda me lembro dos do tempo em que a vida decorria sem grandes preocupações. Em que a maior decisão do dia era se levava a camisola azul ou o casaco verde, ou se tinha feito os trabalhos de casa, ou se a mãe ia fazer outra vez peixe cozido para o almoço. Lembro-me do tempo em que a única coisa que tinha de fazer era ir à escola, os trabalhos de casa, estudar para os testes e ter as melhores notas possíveis. Não tinha mais exigências, grandes preocupações, ou complicações. A vida decorria entre a escola e os amigos, e planos para o fim de semana e férias. Havia coisas que eu julgava que iam decidir a minha vida, como “amores” não correspondidos, tricas com as amigas, gostar mais ou menos de um professor, borboletas na barriga por ir ao quadro ou por ser dia de teste.
Mas depois vamos crescendo. As preocupações e as responsabilidades vão sendo cada vez maiores. Da escola, para um curso superior, de estágios para o mercado de trabalho. Depois damos por nós em relacionamentos sérios e a querer ser independentes. A ter uma casa. A sermos responsáveis pela nossa vida, pelas nossas contas, pelo nosso espaço, pelos nossos sentimentos e pelos nossas decisões, afetos, relações. E quando, e se, vêm os filhos, então, para além de tantas coisas para gerir, controlar e movimentar, de repente ainda somos responsáveis por pequenas pessoas totalmente dependente de nós.
Ninguém nos prepara para nada disto. Nada nos prepara para nada disto. Aprendemos a dar cabeçadas na parede. Aprendemos por instinto, por pressão, por tentativa e erro. A lidar com o patrão. A ser pais. A fazer o nosso caminho.
Aprendemos pelo exemplo. Pelas experiências que a vida nos vai proporcionando. Pelas pessoas que vamos conhecendo e com as quais vamos trocando ideias. E, como tudo vamos ficando melhores em algumas coisas no que noutras. E aprendemos a ser capazes de saber viver gerindo tudo, algumas vezes com equilíbrio de malabarista....
Aprendemos a fazer jogo de cintura. A calar quando nos apetece partir a louça toda. A engolir sapos. A ignorar atitudes  que nos parecem menos justas ou francas. Aprendemos que viver em sociedade, ou no seio da família e dos amigos, ou até no local de trabalho nos obriga também a aprender a gerir sentimentos. A perceber que nem tudo pode ser dito. Que por vezes as nossas melhores intenções não são assim tão bem compreendidas. Que é preciso calar e pensar antes de abrir a boca. Que não somos donos da razão. Que temos mesmo de ouvir mais e que nunca, mas nunca devemos argumentar de cabeça quente, e quando ainda não pensamos calmamente sobre o que queremos fazer.
Olho para os meus miúdos e lembro-me da idade em que não há filtros. Em que a felicidade está em fazer apenas e só o que nos apetece. Em que podemos fazer uma birra só porque as coisas não são como nós queremos. Em que somos sempre sinceros e honestos em todas as nossas palavras, porque ainda ninguém nos ensinou que em sociedade há coisas que se calam para evitar conflitos, para evitar momentos desagradáveis, para não magoar alguém ou apenas porque não somos os donos da razão e não mandamos no mundo.
E depois lembro-me dos adultos sem filtro. Daqueles que por detrás da sinceridade e da honestidade dizem tudo o que lhes apetece da forma que lhes apetece, sem olharem a como podem estar a magoar alguém. Lembro-me que apesar de adultos e de viver em sociedade, há quem não se importe com nada disso. Há quem ache que é dono do mundo, da razão e faça tudo para levar a sua avante, porque acha que essa é a maneira de fazer. Porque há quem viva em sociedade a achar que está acima de todos. 
Talvez o natal seja uma época para refletir acerca das nossas fraquezas. Dos nossos receios. Das nossas falhas. Para sermos capazes de pensar antes de falar, de evitar conflitos, de engolir sapos com um sorriso nos lábios. De perceber que só vale a pena valorizar a opinião de quem realmente importa. De desvalorizar o que não é importante. Dar prioridade ao que é mesmo prioritário. Ignorar o que merece ser ignorado. 
E de saber viver. 

Próximo Workshops:
Tema: Mesas de Festa

Porto - 15 de Dezembro - 15h Workshops Pop -Up - ÚLTIMAS VAGAS
Inscrições diretas aqui: 

Ingredientes para 2 pessoas (+ 2 crianças):

2 lombos de bacalhau
1 couve flor pequena
1 chuchu
sal e pimenta q.b.
noz moscada
2 colheres de sopa de leite de coco de lata (parte sólida)
150ml de leite
2 dentes de alho
1 folha de louro
cebolinho q.b.

Preparação:

Coloque o bacalhau num pirex que possa ir ao forno e cubra com o azeite. Tempere com um pouco de pimenta, os dentes de alho inteiros e a folha de louro. Leve ao forno previamente aquecido a 180ºC durante cerca de 25 minutos.
Entretanto separe a couve flor em raminhos e descasque o chuchu e corte-o em pedaços. Coza a couve flor e o chuchu ao vapor até que fiquem macios. Coloque depois no robot de cozinha, tempere com um pouco de sal, pimenta e noz moscada e o leite de coco e triture até obter um puré homogéneo.
Assim que o bacalhau estiver cozinhado, separe-o em lascas e tempere com o azeite de assar o bacalhau.
Divida depois o puré de couve flor e chuchu pelos pratos. Por cima disponha as lascas de bacalhau e termine com um pouco de azeite de assar o bacalhau e um pouco de cebolinho picado.
Sirva de imediato.


Bom Apetite!

Bilharacos


A minha avó Celeste não era uma mulher de muitas receitas ou de grandes culinárias. Coisas simples como o frango caseiro assado no forno de lenha, os rojões, os bifes e o peixe cozido com batatas e legumes. Amassava e cozia o pão e os folares. Fazia chouriços. 
E fazia aletria daquela que se cortava à faca em quadrados, e fazia bilharacos. Tudo sem receita. Tudo a olho com a experiência de quem repetia aquilo muitos e muitas vezes.
Tenho presente as receitas na memória dos sabores e dos cheiros. A minha avó ainda me passou a receita dos folares, muito vaga e com quantidades enormes de farinha e ovos, e outras de ingredientes em quantidades muito pouco precisas, mas que foi relativamente fácil, após algumas tentativas de os tornar semelhantes ao que ela fazia. Outras não tinham quase receita, como o frango ou os rojões, que eram principalmente ingredientes de qualidade e paciência...
Mas a aletria e os bilharacos, as duas únicas receitas doces que me lembro que ela fazia ficaram assim meias perdidas. Fazia tudo a olho. Não pesava, nem media nada e aquilo ficava sempre igual. Sempre bem. Com a sabedoria de quem já tinha feito aquilo muitas e muitas vezes. Depois de muitas tentativas lá chegamos à receita de aletria tal e qual a fazia - porque também não fui a tempo de que partilhasse comigo a receita - porque na altura em que viveu connosco, e quando podia ter aprendido todas essas receitas, ainda não era assim tão importante para mim ficar com estas memórias.  E ficamos também sem saber bem como fazer os bilharacos, cuja memória é sempre de a ver mexer um grande alguidar à mão, com uma massa líquida e cor de laranja e o cheiro da aguardente caseira que a massa levava...
Eu a minha mãe tentamos muitas vezes fazer. Muito moles, muito rijos, muito massudos... Foi difícil aprender a consistência e perceber que ficavam parecidos aos da avó Celeste. Descobri que usar a abóbora assada era bem melhor do que cozer e espremer a abóbora e que em  nada alterava a consistência. E de repente descobrir uns bilharacos que são a minha memória da avó Celeste.
E hoje, no dia de aniversário dela, há bilharacos. Porque sim.

Próximo Workshops:
Tema: Mesas de Festa

Porto - 15 de Dezembro - 15h Workshops Pop -Up - ÚLTIMAS VAGAS
Inscrições diretas aqui: 

Ingredientes para 15 unidades:

150g de abóbora previamente assada (e sem casca ou sementes) - usei butternut
2 ovos
60g de farinha
30g de açúcar
1 colher de sopa de aguardente
1 colher de chá de fermento em pó

Açúcar amarelo e canela em pó para polvilhar

Preparação:

Com o robot de cozinha ou com a varinha mágica, triture a abóbora até obter um puré homogéneo. Misture depois o açúcar, a farinha, o fermento os ovos e a aguardente, até obter uma mistura mole e ainda bastante líquida. Deixe repousar cerca de 1 a 2 horas.
Aqueça depois o óleo. Frite colheradas de massa no óleo de quente, até que os bilharacos fiquem dourados e inchem.
Escorra ligeiramente sobre papel absorvente e passe pela mistura de canela e farinha quando estão ainda quentes.


Bom Apetite!

Salada de Abóbora Assada, Rucula e Feta com Arroz


O natal aproxima-se demasiado depressa. E apesar de ainda haver uma enorme quantidade de coisas por fazer, por organizar e por tratar, eu sei que, no fim, tudo vai correr bem. Como habitualmente. Mesmo que não seja exatamente como eu imagino e programo, no fim dá certo, porque é tudo feito com amor, com carinho, com paciência e com cuidado.
E enquanto se programa o natal, se fazem os presentes de comer e se fazem listas atrás de listas para que falhe o mínimo, há que continuar a cozinhar, e tentar comer coisas “melhores”, para minimizar os excessos que todos sabemos que vêm aí. Afinal é natal, é só uma vez por ano, e devemos aproveitar ao máximo o que de melhor, (gastronomicamente falando) o que esta época tem para nos dar.
E enquanto o natal não chega, e para não estragar tudo, uma receita sem carne, nem peixe para vos inspirar num destes dias!
Espero que gostem!

Próximo Workshops:
Tema: Mesas de Festa

Porto - 15 de Dezembro - 15h Workshops Pop -Up - ÚLTIMAS VAGAS
Inscrições diretas aqui: 

Ingredientes para 2 pessoas:

150g de arroz cozido (ou massa, quinoa, arroz, millet, bulgur...)
250g de abóbora manteiga
uma mão cheia de folhas de rucula
15 azeitonas pretas descaroçadas
100g de queijo feta
sal e pimenta q.b.
azeite q.b.
1/2 colher de café de canela
1/2 colher de café de colorau
1 colher de chá de ervas da provença

Preparação:

Corte a abóbora em cubos pequenos e tempere com sal, pimenta, um fio de azeite, a canela, o colorau e as ervas. Misture bem e coloque a mistura num tabuleiro forrada com papel vegetal e leve ao forno previamente aquecido a 180ºC e deixe cozinhar cerca de 20 minutos ou até a abóbora estar macia. Deixe arrefecer.
Coloque depois a abóbora numa saladeira e acrescente o queijo partido em cubos, as azeitonas cortadas ao meio, a rúcula e o arroz e envolva bem. 


Bom Apetite!

Imprimir